Baseado no conto de Oscar Wilde,espetáculo, que traz de volta às agitadas sessões da madrugada em São Paulo, discute o amor, o sacrifício e preconceito contra o público LGBTQIA+ no Brasil
A Rouxinol e a Rosa – Um amor que não ousa dizer seu nome” é um projeto teatral que promove, através da arte, a reflexão sobre o preconceito, a importância da liberdade de expressão e o direito a igualdade para a comunidade LGBTQIA+. Escrito e dirigido por Rony Guilherme Deus o espetáculo é inspirado em conto do escritor, poeta e dramaturgo Oscar Wilde (Irlanda 1854 – Paris 1900), símbolo da luta pelos direitos homossexuais. No elenco estão Bárbara Bruno, Augusto Zacchi e Glamour Garcia, primeira artista Trans a vencer um prêmio revelação por sua atuação.
O
espetáculo nos leva ao final do século dezenove, quando um jovem soldado declara o seu amor a um outro soldado. Sua coragem vai além: ele declara que se reconhecia como mulher no corpo de um homem. Sua audácia lhe custa a vida e seu corpo é jogado em um poço seco, que logo passa a verter muita água e a realizar milagres.
A cada noite de lua cheia uma linda figura, que mescla a imagem de uma mulher transgênero e um rouxinol, sai do poço dando início a lenda de que aquele Ser, quase mitológico, é o guardião do amor e dos casais apaixonados. Certa noite um jovem aristocrata vai ao poço pedir ajuda para se declarar à sua amada Donzela com uma inexistente rosa-vermelha.
A paixão pelo jovem é imediata e, aconselhada por uma velha feiticeira,a bela figuradecide arriscar sua própria vida encostando o peito nos espinhos de uma roseira, tentando dar vida, com o sangue de seu coração, a rosa-vermelha.
Sobre o Projeto
“Como escritor e diretor teatral, busco histórias que provoquem uma mudança de pensamento e toquem o público de maneira significativa”, fala Rony Guilherme Deus sobre “A Rouxinol e a Rosa – Um amor que não ousa dizer seu nome”. O cenário é minimalista, mas belo. Esta simplicidade é fundamental para transmitir a mensagem de forma impactante, concentrando a energia no desenvolvimento dos personagens e na força das palavras de Oscar Wilde e a urgência de combater as injustiças e preconceitos presentes em nossa sociedade.A equipetécnica reúne renomados profissionais ligados a arte: assina a Direção de Movimento Ciro Barcelos e Cláudio Tovar os figurinos. “Acredito que essa peça tem o poder de tocar as pessoas, despertar a discussão sobre a necessidade de mudança e motivar ações em prol de uma sociedade mais justa e inclusiva”, finaliza o diretor.
Sinopse
A Rouxinol (Glamour Garcia), uma figura mitológica e transgênero no corpo de homem, mulher e pássaro, vive intensa paixão por um Jovem Aristocrata (Augusto Zaccchi) mas, aconselhada por uma velha Feiticeira (Bárbara Bruno) abre mão de seus sentimentos e luta para conseguir uma rosa vermelha para que o jovem conquiste a sua amada.
Serviço
A ROUXINOL E A ROSA
Um amor que não ousa dizer seu nome
Texto e Direção: Rony Guilherme Deus
Inspirado na obra de Oscar Wilde
Elenco:
Rouxinol – Glamour Garcia
Feiticeira – Bárbara Bruno
Jovem Aristocrata – Augusto Zacchi
Direção de Movimento – Ciro Barcelos
Figurinos – Cláudio Tovar
Duração: 80 min
Recomendação 16 anos
Estreia para convidados e imprensa: dia 9 de setembro, às 21h.
Temporada: de 15 de setembro a 28 de outubro, sessões sextas e sábados, às 23h50.
Ingressos: de R$ 60 a R$ 120
Ingressos Online: https://teatrob32.byinti.com/#/event/a-rouxinol-e-a-rosa-um-amor-que-nao-ousa-dizer-o-nome
Bilheteria: das 14h às 18h
Local: TEATRO B32 | 478 Lugares
Avenida Brigadeiro Faria Lima, 3.732 – Itaim Bibi
Localizado no complexo multiuso B32 o teatro é considerado o mais moderno e tecnológico do país. Estacionamento valet no local.
FICHA TÉCNICA
A ROUXINOL E A ROSA
Um amor que não ousa dizer seu nome
TEXTO E DIREÇÃO: Rony Guilherme Deus
Inspirado na obra de Oscar Wilde
ELENCO:
ROUXINOL – Glamour Garcia
FEITICEIRA – Bárbara Bruno
JOVEM ARISTOCRATA – Augusto Zacchi
DIREÇÃO DE MOVIMENTO – Ciro Barcelos
VISAGISMO: Anderson Bueno
FIGURINOS – Cláudio Tovar
DIREÇÃO DE PRODUÇÃO – Fernanda Ferrari
GERENTE DE PRODUÇÃO – Fabiana Franco
ADMINISTRAÇÃO – Luciene Cunha
ASSISTENTE DE PRODUÇÃO – Émile Dias
CENÁRIO –Pedro Kaleniuk
SONOPLASTIA/DJ – Milton Lemos
ILUMINAÇÃO – Fábio Barcelos
TRILHA SONORA – Luiz Archano
ASSESSORIA DE IMPRENSA: Flavia Fusco Comunicação
PRODUÇÃO: Estúdio Mágico
Sobre a Equipe
Glamour Garcia foi a vencedora do Troféu de Atriz Revelação em 2019 pela atuação como Britney na novela A Dona do Pedaço, se tornou a primeira artista Trans a vencer esse tipo de premiação. Nascida em Marília e criada em Sarutaiá, ambas cidades do interior de São Paulo, desde criança já possuía um forte desfloria de gênero. No início da adolescência Daniel seu nome de nascimento, aos treze anos, descobriu ser uma mulher transexual, logo assumindo sua real identidade, o que a fez enfrentar a transfobia, a misoginia e o preconceito social. Ao longo de sua carreira atuou na peça Salomé, em filmes como O Amor Que Não Ousa Dizer Seu Nome, Nome Provisório e Horácio. Em 2012, protagonizou o documentário Além das Sete Cores, escrito e dirigido por Camila Biau e em 2018, recebeu o prêmio de Melhor Atriz no 2º Festival de Cinema de Paranoá, por seu papel no curta Nome Provisório, dirigido por Bruno Arrivabene e Victor Allencar, fez também nesse ano, a sua estreia na televisão interpretando Babete na série Rua Augusta, exibida na TNT. Em 2017, durante uma entrevista ao programa Liberdade de Gênero, exibido no GNT, revelou que sofreu muito machismo e humilhações, por ser criada em uma cidade pequena e conservadora, e que só se vestia como mulher a noite quando saía escondida para algum evento. Começou a se depilar escondida, com apenas dez anos, e aos vinte, já trabalhando em peças de teatro, pôde colocar silicone e iniciou o processo de terapia hormonal, o que lhe garantiu uma silhueta mais delicada e traços mais finos no rosto. Em 2009 realizou sua cirurgia de redesignação sexual e retificou todos os seus documentos para o gênero feminino. Durante sua passagem pelo ensino superior foi figura atuante ao militar em manifestações em prol do feminismo e dos direitos da população LGBTQIAP.
Bárbara Bruno estreou no teatro, em 1974, sob a direção de Antunes Filho na montagem de Tome Conta de Amelie, de Georges Feydeau . A partir de então, atuou em diversos espetáculos como: O Efeito dos Raios Gama, Sobre as Margaridas do Campo (1974), A Cidadela do Petróleo (1976), Mãos ao Alto em São Paulo! (1980), Meu Anjo (1981), A Margem da Vida (1988), Laços Eternos (1993), O Martelo (1999), Crimes Delicados (2000), Sábado, Domingo e Segunda ( 2003), Motel Paradiso (2007) . Entre os destaques de sua trajetória nos palcos, estão espetáculos como “Pequenos Assassinatos”, “A Atriz”, “A Vida Passou por Aqui” e “A Filha da Mãe”, além de sua atuação em grandes musicais, como “Gota D’Água” e “O Beijo no Asfalto”. Além do teatro, Bárbara Bruno também teve participações em novelas e séries televisivas. Ela atuou em produções como “O Salvador da Pátria” (1989), “As Filhas da Mãe” (2001), “América” (2005) e “Sangue Bom” (2013), entre outras. Ao longo de sua carreira, Bárbara Bruno recebeu reconhecimento e prêmios por sua atuação no teatro, contribuindo para enriquecer o cenário cultural brasileiro. Sua dedicação e talento a tornaram uma referência na área, sendo admirada tanto pelo público quanto pela crítica especializado
Augusto Zacchi nasceu em Niterói, Rio de Janeiro, em 25 de julho de 1977. Formou-se em Artes Cênicas pela Casa das Artes de Laranjeiras (CAL) e estreou no espetáculo “Um Homem Chamado Shakespeare”, com texto e direção de Bárbara Heliodora, 1999. Na televisão, esteve recentemente no elenco de “Desejos S.A.” (Starplus); “Reis” (1ª temporada – Rede Record) e “Genesis” (Rede Record). No cinema, destaques para “Evidências do Amor” de Pedro Antônio; “Paredes de Papel” de Marco Schiavon e “Mentiras Sinceras” de Pedro Asberg. No teatro, atuou em “O Despertar da Primavera”, de Steven Sater, baseado na obra de Frank Wedekind – Direção: Charles Moeller e Claudio Botelho; “Van Gogh, por Gauguin”, de Thelma Guedes – Direção: Roberto Lage e “Gata em Telhado de Zinco Quente”, de Tennessee Williams – Direção: Eduardo Tolentino de Araújo/Grupo TAPA (Indicado aos Prêmios Botequim Cultural e Cenym na categoria de melhor ator). Dirigiu o espetáculo “Quando as Máquinas Param”, de Plínio Marcos; com Carol Cashi e Cesar Baccan; Teatro Aliança Francesa- SP
Rony Guilherme Deus, mineiro, de Belo Horizonte, na década de oitenta iniciou sua carreira como ator, em São Paulo, passou por várias companhias renomadas como: TBC – Teatro Brasileiro de Comédia, Grupo TREP – Teatro de Repertório (Antônio Abujamra). No audiovisual, como diretor e roteirista destacamos: As4Estações (Série para TV e Longa) que tem no elenco: Zezé Motta, Gracindo Jr., Vannessa Gerbelli, Roberto Cordovani, Rally – Paixão e Fúria no Sertão do Brasil (Longa Metragem), que tem no elenco: Jarbas Homem de Mello, Adriana Lessa, Cacau Melo Igor Cotrim, Bárbara Bruno, Marcelo Jeneci e Walter Breda, Sex Scandal and Chocolates (Longa Metragem), que tem no elenco: Alexandre Rodrigues, Isabelle Restum, Camilla Ferrazzano e Marcelo Airoldi, O anjo nu, A trajetória de um Campeão (Longa
Metragem), que tem no elenco: Jofre Soares, Osmar Santos, Patrícia Alonso, Flávio Guarnieri e grande elenco. filmes de curta-metragem “Aperte o Play” , “A vida por um fio”, “UTI Juntos” , “Memórias Póstumas de Brás Cubas” e “Castellamare”. No teatro Dirigiu mais de 30 peças relevantes para cultura nacional, segundo a crítica especializada, das quais destacamos: Em Nome do Filho, (Texto de Reginaldo Faria), Lira dos Vinte Anos, Memórias de um Sargento de Milícias, A Ovelha Negra, Laços Eternos, Restos o Que São Restos, Dom Casmurro – O Julgamento, Peter Pan em uma Aventura no Circo, Passarim, as Peripécias de um Sabiá Apaixonado por Luiza, Um Punhado de Letras Para Enfeitar os Cabelos de Tati, Shakespeare Apaixonado pra Cachorro, O Mundo magico de Oz.
A vida e a obra de Oscar Wilde foram marcadas por sua identidade queer e seu confronto com as convenções sociais. Seu julgamento e prisão em virtude de sua homossexualidade despertaram debates sobre a injustiça das leis discriminatórias da época. Sua experiência pessoal refletiu a repressão e a perseguição enfrentadas pela comunidade LGBTQIA+ na sociedade vitoriana. Além disso, Wilde foi um dos primeiros escritores a abordar abertamente a homossexualidade em sua literatura, mesmo que de forma velada. Sua obra “O retrato de Dorian Gray” é considerada um marco na representação da sexualidade não heterossexual na literatura inglesa. Através de personagens e temas que questionam a moralidade sexual, Wilde desafiou as normas e ofereceu uma visão alternativa da sexualidade humana. Oscar Wilde também deixou um legado duradouro como símbolo de resistência e orgulho para a comunidade LGBTQIA+. Sua coragem em viver autenticamente, apesar das consequências adversas, inspirou gerações posteriores de ativistas e escritores LGBTQIA+. Sua história é um lembrete do poder da arte e da literatura como meios de expressão e luta pelos direitos e pela igualdade.